Ao iniciar a semana deparei-me com o abismo da solidão e questionei-me: Quão meus amigos são viáveis para mim?
Forte, não? Primeira hipótese que pensei foi a de estar louco.
No outro dia, voltando da Barra da Tijuca (701 – Alvorada x Madureira), encontrei um amigo e iniciamos aí um diálogo (monólogo*) a fim de entender onde queria chegar.
Cai na asneira de querer aplicar a Matriz BCG na relação de amizade.
“Como assim?”
Classifiquei esta amizade como ‘Mercado Social’ e o levei aos 4 grupos da Matriz BCG, vejamos:
Amigo Ponto de Interrogação (P?): São aqueles que conhecemos na balada, nas festas, ou até em movimentos virtuais (Orkut). Estes operam em um evento que a princípio está em crescimento e por não o conhecermos muito devemos arriscar investir ou não, a fim de obtermos algum retorno;
Amigo Cachorro (AC): Após conhecermos melhor o Amigo P? vemos que este não nos agrada, é chato, pouco provido de inteligência e pode até mesmo atuar em um mercado pouco atrativo (baile funk, boca de fumo, Via Show etc.). A partir daí, analisa-se se é ou não viável continuarmos investindo em uma relação pouco produtiva. Não descartando a possibilidade de uma hora ou outra o AC tomar jeito e virar um Amigo VL ou P?;
Amigo Vaca Leiteira (VL): Este é um amigo legal, aquele que está nos momentos que mais precisamos. O amigo do peito. Amizades como esta são difíceis, pois são verdadeiras. Estes não são muito populares, não frequentam eventos do tipo Amaury Jr., mas têm uma participação alta na vida de quem o tem como amigo. Mas cuidado, se este começar a vacilar é hora de colher.
Amigo Estrela (AE): Estes são meninões, amigos de todos, estão em todos os lugares, têm a força de um leão. Mas, estes são tão populares que acabam esquecendo de ser amigos, não porque são péssimos amigos, mas pelo motivo de estes terem de dividir a atenção com todos e acabam não gerando o retorno que esperamos (São Populares demais). Para manter um amigo deste por perto, precisamos gastar muito para competir com os outros concorrentes.
Depois que apresentei minha teoria fui xingado, ameaçado e, zelando pela minha segurança, forçado a dizer que era apenas uma brincadeira [...].
Em seguida fui questionado: Que amigo eu sou?
“E agora, José?”
Chegou meu ponto, até outro dia...
* Quando iniciei o diálogo, esperava que fosse mesmo uma conversa entre duas pessoas. Mas com o passar da conversa meu amigo foi praticamente mudando de cor com tanta insanidade e limitou-se a ficar calado, apenas esperando o momento de me xingar.